Internação do doente mental em serviço residencial terapêutico
percepção do familiar
Resumo
A Reforma Psiquiátrica representou um avanço no cuidado ao doente mental uma vez que a sua prorrogativa é de que o indivíduo seja mantido junto à sua família e inserido na sociedade. Há, porém situações onde manter a permanência do doente mental no domicilio não se faz possível. Neste contexto, o presente trabalho teve por objetivo investigar, junto a familiares de doentes mentais que moram em residenciais terapêuticos, os motivos que os levam a interná-los em residenciais terapêuticos. Para tal, procedeu-se a uma pesquisa descritiva e exploratória, de cunho qualitativo, que foi realizado com quatro familiares de portadores de transtorno mental que se encontram alocados em residencial terapêutico em uma cidade no interior do Rio Grande do Sul – BRASIL. Os dados foram coletados através de uma entrevista semiestruturada gravada. Os dados foram analisados através da análise temática e resultaram em três unidades analíticas. Evidenciamos que a doença mental surge na vida do indivíduo comprometendo todos os aspectos da sua vida. Os familiares apresentam sobrecarga em seu cotidiano por ter que cuidar e conviver de uma pessoa que apresenta uma sintomatologia de difícil manejo. Os dados mostram que as fugas do domicílio, os problemas relacionados aos hábitos de sono-vigília e a agressividade são referidos como motivos que levam a internação em um Residencial terapêutico.